SORRISO – SORRIR (por José Modesto)

O Sorriso traduz, geralmente, um estado de alma, um convite á intimidade de alguém, a participar do que lhe vai no íntimo. Há nas nossas vidas momentos inesquecíveis e que muitos de nós pensam que isso só acontece em situações de família ou de lazer: não é bem assim, muitas das vezes isso acontece durante o desempenho nas nossas funções profissionais e não só.

Recentemente tive de efectuar uma pequena viagem ao país vizinho, Vigo, fiquei deveras surpreendido com os nossos vizinhos Espanhóis, pude constatar que ao contrário de nós, os nossos vizinhos sorriem com muita frequência, o movimento na cidade é frenético, perguntei-me a mim mesmo se esse movimento acelerado era a causa das suas expressões sorridentes, perguntei aos meus colegas em Vigo mas as respostas foram evasivas, nolo sei… diziam eles… mas sorrindo…

É pois muito importante saber sorrir. Um sorriso pode dissipar uma angústia, simpático, ou aumentá-la se for sarcástico, pode estimular um trabalho se os resultados da empresa forem positivos, pode no entanto desanimar se os mesmos forem negativos, pode ser um sorriso sincero, se esse sorriso for completamente transparente.

Sorrir para os Portugueses é de facto uma tarefa difícil, vários factores contribuem para que o único sorriso que façamos seja o da manhã, quando estamos a escovar os dentes em frente ao espelho, e de uma forma fingida, e com alguma dor, sorrimos….

É sabido que um sorriso não custa nada e cria muito… Não dura muito, mas quando sorrimos a sua lembrança pode perdurar por muitos anos: lembras-te? e sorrimos…

Confesso que por vezes gostaria de sorrir mais vezes, mas não consigo…falta-me algo que não está em mim mas no meu País que teima em não me dar alegrias para que eu possa efectivamente sorrir.

Esta semana e ao lerem esta pequena opinião gostaria que sorrissem. Afinal o sorriso enriquece os recebedores, sem empobrecer os doadores.

Cumprimentos

Enviado por José Modesto (Texto também publicado no Jornal de Matosinhos)

Agradeço muito ao meu amigo José Modesto, o envio deste texto que tanto prazer me dá publicar.

Partilho a tua opinião, eu também sou um apaixonado por Vigo, pela "Movida", pelos sorrisos, pela leveza das pessoas. Festejei o meu último aniversário de casamento em Vigo e à 1h da madrugada que saímos do restaurante, as ruas estavam cheias de gente, novos e velhos com o sorriso que falas. Eles realmente são diferentes para melhor, apesar de não serem melhores que nós. A verdadeira diferença é que eles são livres, realmente livres.

Aqui o semblante é pesado porque as pessoas vivem amedrontadas, temerosas e tristes.
A principal diferença entre Matosinhos e Vigo ou até outros concelhos portugueses, é a falta de sorrisos sinceros que só a verdadeira liberdade permite.

Obrigado Zé