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CRC - Como Sócrates nos vendeu aos Bancos



A base de dados da Central de Responsabilidades de Crédito (CRC), gerida pelo Banco de Portugal, junta informação que vai desde, os contratos de crédito à habitação aos montantes não usados dos cartões de crédito.

A CRC reúne informação sobre responsabilidades efectivas e potenciais de pessoas e empresas, servindo para "apoiar as entidades participantes [bancos] na avaliação do risco de concessão de crédito", refere o Banco de Portugal.

Entre exemplos de responsabilidades efectivas estão "empréstimos para aquisição de habitação; empréstimos para aquisição de automóveis, de mobiliário e de outros bens de consumo ou serviços; empréstimos para aquisição de títulos (acções, obrigações, etc.); desconto de letras e outros efeitos comerciais; descobertos em contas bancárias; operações de locação financeira (leasing) e de factoring; montantes utilizados de cartões de crédito".
São consideradas responsabilidades potenciais (sempre que representem compromissos irrevogáveis das entidades participantes), os "montantes não utilizados de cartões de crédito; linhas de crédito contratadas; garantias prestadas pelas entidades participantes; fianças e avales prestados a favor das entidades participantes; quaisquer outras facilidades de crédito susceptíveis de serem convertidas em dívidas efectivas".

Lusa


Estava a ler esta notícia e como estava bastante cansado, adormeci. Continuei no meu sonho o rumo que o meu subconsciente esperava ser o final feliz.

Então... Sonhei que esta base de dados havia sido criada, integrada numa política consistente de recuperação da economia portuguesa. Em conjunto, o governo tinha criado uma linha de crédito por si avalizada (se preferirem, por nós todos porque o Estado somos nós), em que as famílias e pessoas sobre-endividadas, poderiam converter os seus créditos e dívidas num valor total até 15/20.000€ (e que deixaram de conseguir pagar), num único com prazo alargado de até 15/20 anos com consequente diminuição significativa e necessária dos encargos mensais fixos.

Esta medida permitiria ás empresas financeiras reduzir substancialmente a quota de crédito "Mal Parado", permitiria a essas pessoas e famílias recuperar o seu bom nome porque a grande maioria delas são gente séria apanhada nas malhas do desemprego e/ou das artimanhas dos gerentes de agências bancárias que apertados por objectivos elevados de financiamentos, forçaram as pessoas a (sobre)endividarem-se aprovando tudo que era crédito só para o seu próprio interesse.

O Estado fruto da permissividade do governo perante a banca e que durante anos não se preocupou em fazer o seu papel de regulador da actividade bancária, nomeadamente a relativa ao crédito. Assumia assim a sua co-responsabilidade e demonstrava ser "Pessoa de Bem" ao fazer algo para reparar o seu erro.

Esta CRC serviria então e bem para que os beneficiários deste Aval, não pudessem contrair novas dívidas até que tivessem a sua situação completamente resolvida ou, comprovassem uma significativa melhoria de rendimentos que correspondesse, a um não agravamento da sua taxa de esforço (algo semelhante ao que acontece no Brasil com o SPC "Sistema de Protecção ao Crédito").

O resultado desta medida com investimento muito inferior aos vários pacotes isolados Anti-Crise, seria então:

  • Um aumento significativo na qualidade de vida das famílias pela diminuição das preocupações com as dívidas, com incidência imediata em aumento de produtividade dessas pessoas nas empresas. Redução dos custos com a saúde mental e todas as inerentes a desequilíbrios alimentares e sociais que estas dificuldades normalmente encerram.
  • Melhor desempenho dos sectores económicos ainda muito dependentes do mercado nacional. Devido ao maior rendimento disponível das pessoas, estas poderiam comprar mais, tendo a vantagem de ser dinheiro real (sem recurso a crédito) a circular, contribuindo para a animação da economia e manutenção/criação de empregos.
  • Aproximação real entre as pessoas e o Estado, relação degradada e com enorme enraizamento da ideia que os grandes são sempre os protegidos enquanto os pequenos são abandonados à sua sorte. Excelente exemplo daria-mos de reintegração social e económica ao mundo.


Mas isto era o sonho. Acordei, terminei de ler a notícia e afinal o que temos é mais uma medida de apoio, exclusivamente... Para os bancos.

Depois dos avales, das linhas de crédito, da nacionalização de um e intervenção em outro para salvar os seus grandes investidores, do esquecimento e prescrição de impostos, da falta de regulação, do branqueamento aos graves erros de gestão, etc. Etc. Ainda decidiram criar uma base de dados, espécie de "Big Brother" pago por os nossos impostos, os mesmos que deram os avales e que ficaram a perder com as restantes "Maroscas", sendo que este CRC só serve os interesses dos bancos, para reduzirem as possibilidades de erro que deve ser uma componente do negócio bancário e faz parte da sua génese.

Como eu gostava de ser Analista de Crédito assim.

PS: Por coincidência, fui esta semana a uma grande loja de electrodomésticos no Porto, comprar um Ferro de engomar. Enquanto tirava umas dúvidas com a vendedora, acercou-se de nós uma funcionária do departamento de financiamentos dessa loja. A vendedora pediu-nos licença e foi falar com a colega, esta sem se preocupar comigo e com a minha esposa, explicou então à colega que a sua vizinha que queria o LCD, estava cheia de dívidas e tinha vários processos de penhora em tribunal. Uma informação confidencial, estava ali a ser transmitida à vizinha que possivelmente vai chegar a casa e contar à mãe que contará à tia... Imagino o resto.

Isto, ainda sem o CRC...

PS2: Será que nas Responsabilidades Potenciais que o Banco de Portugal refere, já estarão incluídos os valores que cada português terá como POTENCIAL empenhamento pelo Aval aos Bancos, ao TGV e ao novo Aeroporto, para só referir algumas????

É que assim, ficamos todos impedidos de recorrer ao crédito e os bancos ficam todos a viver de mais e mais avales nossos, dos tais POTENCIAIS CALOTEIROS que para os avalizar a eles (bancos), já servem como avalistas.

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